terça-feira, 16 de junho de 2009


Desfile monótono sob meu olhar perdido. A semelhança de todos os homens e mulheres que eu poderia amar. A todos eu poderia doar porções de caridade. Meu coração estaria inundado de amor e a todos acolheria. Daria atenção para as histórias, ainda que mal contadas. Seria a senhora da consolação. Cobriria, com o manto dos afetos, seus medos e miséria. Morreria em glórias, a milagrosa, dita. Dentro do meu peito, somente eu saberia, da doença crônica e do vazio. Os desejos calados na minha carne, furando a pele, minha alma. O esperado reencontro com teus olhos, que me livrariam da nudez. Sem ti, viajei o mundo todo sem encontrar abrigo. Meu corpo sem sombra e sem descanso. Eu, a amadora e serva de todos, buscando no deserto as águas da vida, que só em ti encontraria.

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